O
mundo gira em uma velocidade acima do permitido por nossos sentidos, acelera
antes mesmo que tenhamos compreendido o que deveria e logo estamos diante de um
novo desafio. Não poderia ser diferente, mesmo porque o tempo nenhuma
satisfação nos deve. Contudo, a despeito da pressa do pano de fundo de nossa
existência, é possível ver que algumas coisas mudaram desde que eu era quem não
sou hoje, situações moldaram minha vida.
Para
novas perguntas, novas respostas. Em uma de suas cartas, o apóstolo Pedro diz que
devo estar sempre pronto a dar razão de minha esperança (I Pe 3.15). E é a isso
que quero me deter agora. Creio que me passaram os dias de viver como aquela
mulher samaritana que tinha um problema, a meu ver, maior do que o de ter
maridos alheios, ela padecia da doença que mata muitos cristãos pelo mundo a
fora: adorar o que não conhece (Jo 4.22). Quero conhecer mais e mais aquele que
me sustenta e com quem vou morar para sempre. Ninguém teria coragem de morar
com uma pessoa desconhecida, mas todos querem morar no ceu, a casa de um Deus
que poucos conhecem, pois se conhecessem já não seriam vítimas dessa vida
finita (Jo. 17.3).
Falam
por aí que a fé é para os fracos, para os que precisam de muletas ou desculpas
para fugir da realidade. Afirmam ser a fé a fantasia dos alienados, uma crença
em um deus criado para controle social. Condenam-me, imputando-me o crime de
não acreditar na capacidade humana, a ponto de criar um ser não humano para
controlar o mundo. Falam, falam e nada escutam, pois fecharam os olhos e
taparam os ouvidos enquanto eu falo, mas vou falar, pois tenho aprendido a
fazer uma oração similar a de Jesus no getsêmane: “Pai, afasta de mim esse
cale-se”
Minha
fé não serve para afirmar, ou mesmo justificar minhas impossibilidades, mas,
serve sim, para aumentar minhas possibilidades e faculdades de fazer o bem.
Acredito no homem como um ser criado para fazer o que é bom e justo, mas que se
perde no caminho de si mesmo e dificilmente encontra o outro como ele realmente
é, enquanto caminha para a virtude. Dessa forma, acredito que o encontro com
Jesus torna o homem mais humano, leva-o para mais perto de seu propósito,
enquanto ganha o teomorfismo (Rm 8.29).
Por
certo há quem apenas sirva a Cristo por medos interiores, por medo do inferno,
pela tradição familiar, ou até mesmo para fugir de suas responsabilidades
enquanto ser pensante; chamaria esses de desinformados, noviços ou até mesmo
pseudocristãos. Há até quem não mais acredite no ser humano. Declaro, portanto,
que acredito muito no ser humano, acredito em sua força, em sua capacidade de
fazer o que é bom, acredito no seu potencial de reverter situações difíceis e
de vencer barreiras quase que intransponíveis. Mas, acima de tudo, acredito em
um ser humano que pode ser mais humano, que pode ir além de suas
impossibilidades, que pode potencializar sua força, que pode superar suas
crises internas: este é o ser humano que estar mais perto de Deus e que tem um
relacionamento com Jesus, Seu filho.
Prefiro
apoiar-me em Deus a depender de boas ações de um ser humano que, apesar de todo
potencial, sofre com os desejos incontroláveis, luta por uma igualdade enquanto
é desigual, trai o amigo com um beijo, lava as mãos quando deveria “sujá-las” e
suja quando deveria lavá-las. Penso que o grande problema do homem que não se
aproxima de Deus consiste em não poder apresentar nada de justo diante daquele
que é a própria justiça.
Minha
esperança não está em expectativas futuras de um homem que sabe muito e faz
pouco, mas em um Deus que existe antes mesmo que eu acredite nEle, e que me faz
saber que eu posso ser bem mais humano do que sou, pois apesar de não ter nada
mais complicado do que ser humano, nada substitui a sensação de fazer
exatamente aquilo que se deveria.
Amilton Joaquim
Casado com Alba Aureliano
Missionário e Vice presidente da JOCUM Maceió
Missionário e Vice presidente da JOCUM Maceió
Estudante de Relações Públicas na UFAL
e Membro da 1ª igreja Batista em Satuba - AL
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